O direito à prosperidade
Muito mais do que
uma sociedade tecnológica, a sociedade do século XXI continua sendo uma
sociedade de consumo.
Mas esse
padrão comportamental em escala global é, sobretudo, reflexo dos valores que o
mundo abraça. Vivemos, sem sombra de dúvida, num mundo materialista (embora 95%
da população diga acreditar em Deus).
Numa análise
acelerada do espiritualismo, que se antepõe ao materialismo, pode-se
erroneamente concluir que os espiritualistas negam o dinheiro, dispensam a
prosperidade e amam a pobreza.
A questão é mais
profunda.
Por reconhecer que as coisas
do mundo são efêmeras, passageiras, e que não trazem a felicidade que a
propaganda promete - embora produzam conforto - os espiritualistas não fazem da
prosperidade material uma prioridade.
Eis uma história que
ilustra docemente essa maneira de pensar:
Um norte-americano,
visitando o Egito, chegou à casa de um reconhecido sábio e se surpreendeu com a
falta de mobília: apenas havia uma cama, um cabideiro, uma escrivaninha e uns
poucos utensílios.
- Onde estão as
suas coisas? Indagou o visitante.
- E onde estão as
suas? Respondeu o sábio.
- Ah, sorriu o
americano, é que eu estou de passagem.
- Eu também,
concluiu o sábio.
Os bens materiais são
voláteis, não nos pertencem, porque eles, como nós, também estão aqui de
passagem. Eis a compreensão espiritualista.
Entretanto, isso não
quer dizer que neguemos o progresso, o desenvolvimento econômico e a
prosperidade. Muito pelo contrário, o resultado de uma vida plena também se
reflete nas conquistas materiais.
Você tem, sim, o direito
de prosperar, de ter um bom automóvel, se de fato precisar dele, de ter uma boa
casa, uma boa escola para os filhos, dinheiro para o lazer e uma poupança para
garantir as épocas difíceis – que sempre virão como também passarão.
É que, considerando o
ponto de vista espiritual, acumular bens, especialmente em detrimento da paz e
do amor, é, na verdade, acumular problemas.
Simplicidade,
despojamento, vida sem ostentação, liberdade e generosidade, são coisas muito
mais importantes para quem anseia pela construção de uma civilização
fundamentada em valores espirituais. A riqueza da alma é, de fato, a única que
nunca se perde, esgota ou termina.
Paz no coração, filho, não
tem preço.
Pra terminar, lembro de
Gandhi, em Londres, sorrindo diante da vitrine de uma joalheria. O lorde que o
acompanhava perguntou-lhe se desejava alguma das jóias, com a qual sua
majestade folgaria em presenteá-lo.
- Não, não, disse o
Mahatma, apenas estou rindo das coisas que não preciso mais.
Prospere, sem medo de
ser feliz, tendo sempre na lembrança que só somos verdadeiramente donos daquilo
que soubermos compartilhar.
Texto/mensagem de autoria de Plínio de Oliveira. Quem teve o
prazer de conhecê-lo, sabe o tanto que este espírito é iluminado e exemplo e
que pode falar com tamanha propriedade.
Lendo tal mensagem, me fez refletir ao modo de vida que a
atual sociedade nos impõe, na busca desenfreada de posse e a viver em função do
Ter, o que gera um ciclo vicioso de infelicidade perigosíssimo, ou seja, podendo
nos tornar seres frustrados e infelizes, com tamanha loucura desenfreada,
desmedida, completa inversão de valores, nos levando a acreditar que para
sermos aceitos pela mesma, precisamos TER e inconscientemente o Ter parece incutir
em nosso SER,
nos tornando Reféns.
Acredito que quando conquistamos o que temos com nossos
esforços e dedicação, não há nada de errado em aproveitarmos o que tais
recursos nos proporcionam, o que vem a significar vitória em nossas vidas,
podendo proporcionar aos “nossos” aquilo que não tivemos, mas com o devido
cuidado para não criar uma identificação tão grande e entender que valorizar o
Ser não significa viver apenas com a roupa do corpo, e que morar numa boa casa,
andar em carros luxuosos ou trocar de celular a cada seis meses seja um pecado.
Tudo se é uma conquista e não é pecado algum ter o que queremos, mas não se
pode deixar de forma alguma isso afetar quem nós somos. E quando nós somos de
fato felizes, não importa o que temos, seremos felizes pelo simples fato de
sermos, sem precisar provar ou mostrar nada pra ninguém.
Como cita o autor: “Prospere, sem medo de
ser feliz, tendo sempre na lembrança que só somos verdadeiramente donos daquilo
que soubermos compartilhar.” E ainda que somos exemplos e nada melhor e gratificante
que deixarmos bons exemplos.
“A riqueza da alma é, de fato, a única
que nunca se perde, esgota ou termina.
Paz no coração, filho, não tem preço.”
Quer saber o tamanho da sua riqueza? Faça uma lista das
coisas que você tem e que o dinheiro não pode comprar."
Nem
precisa dizer mais nada!!!!!
Boa semana a todos.
Luciany A.C.Monteiro