“A liberdade, a responsabilidade, a coragem, o amor e a integridade interior são as qualidades ideais, nunca perfeitamente realizadas por ninguém, mas constituindo as metas existenciais que dão significado ao nosso movimento para a integração”. (Rollo May – O Homem a Procura de Si Mesmo – Ed. Vozes – l980)
Só nós mesmos, podemos decifrar os motivos ocultos de nossos pensamentos, de nossos sentimentos, de nossas ações na integração com outras pessoas. A satisfação pessoal em lutar por equilíbrio interior numa época de tanta ansiedade, nos dá a visão clara do que somos e do que devemos ser. Uma das alegrias mais significativas da vida é o imperativo obrigatório de tomar consciência de si mesmo, e obter respostas satisfatórias pelas práticas benevolentes alcançadas…
Amar a si mesmo e amar o próximo são experiências afetivas totalmente interligadas. O nosso crescimento espiritual pede a verdadeira humildade, ou seja, desejar a igualdade de ser no mundo. Todos nós somos seres humanos e ninguém é melhor do que ninguém. A nossa trajetória é de união fraterna, é de coragem em prosseguir com fé e disciplina interior. São investimentos íntimos e profundos com a finalidade de despertar novas integrações espirituais.
Descobrir-se como alma humana é apreciar a evolução de si mesmo, que está profundamente unida às questões mais íntimas e fundamentais – afeição – alegria – esperança. Todos nós possuímos talentos, que necessitam de nosso próprio incentivo para desabrochar. Os nossos talentos estão esperando pelo nosso convite para se apresentarem…
Desvendar o tesouro do ser no interior de outras pessoas (companheiros de jornada), e de si mesmo é encontrar a maior dádiva da vida. A qualidade da proposta é a chave para abrir todo o nosso potencial. A maravilha da nossa destinação de seres pensantes nos presenteia com o incansável esforço contínuo, na busca de idéias valiosas, que conectam a nossa consciência ao conhecimento, contribuindo para a percepção intuitiva. Mesmo que queiramos, nunca conseguiremos parar de pensar, pois a mente é um motor sagrado ligado à suprema inteligência universal, pela qual flui, ininterruptamente, a vontade de Deus.
A alma só sentirá paz na consciência, quando se dedicar ao crescimento de si mesma, e que é Deus incentivando-nos a retribuir o dom da vida, o que nos dá confirmações da importância da existência. Qualificando e renovando conceitos subjetivos, encorajando elevados interesses pelo processo de purificação, enriqueceremos a nossa estada neste planeta tão generoso, e eternizaremos as leis de Deus no interior de nossos sentimentos. Precisamos aprender a fluir os bons pensamentos, porque tomam formas curativas e revigoram todas as nossas atitudes e só dessa maneira poderemos exercitar a interação construtiva conosco e com as pessoas, que Deus colocar em nosso caminho.
O bom pensamento faz milagres? – Verdadeiramente faz, devido aos fenômenos que ocorrem na sua fértil área, quando segue as maneiras espirituais do amor curativo. Ainda não há explicações sobre isso, que fica na região do inconcebível e do inexplicável. O pensamento curativo é uma das grandes maravilhas do universo. Precisamos pensar em praticar ações de solidariedade espiritual, na esperança de que as nações aprendam a cultivarem a paz, que equilibram as emoções e que oferecem a vitalidade espiritual.
A evolução da mente construtiva é lei universal em todos os mundos. Progredimos, quando aprendemos o amor verdadeiro que se reflete em nossos pensamentos, como tolerância, compreensão, caridade, bom senso etc… O caminho divino da fraternidade fortalece as nossas emoções, e é sinal de que despertamos para os nossos sentimentos solidários, os quais tornarão a nossa alma mais forte.
Se reconhecermos que todos os indivíduos têm o mesmo desejo de felicidade e desejam evitar o sofrimento, então podemos desenvolver uma maior tolerância e aceitação em relação os nossos semelhantes. A cooperação humana é essencial. Seja qual for o papel do indivíduo – político, cientista, industrial, operário ou um praticante espiritual – o mais importante é perceber a interdependência desses papéis e responsabilidades, bem como a necessidade da cooperação mútua. Embora os mal-entendidos desempenhem um poderoso papel no curso dos eventos humanos, a experiência predominante é de cooperação – sem ela, a sociedade não pode funcionar. (Tenzin Gyatso, Sua Santidade – o Décimo quarto Dalai Lama – Livro: Emoções que Curam – Ed.Rocco – l999).
A história do ser humano já foi examinada, estudada e escrita, desde o começo de nossa existência, entretanto ainda estamos vivendo com dificuldades em compreender as nobres emoções no terreno afetivo-social. Avançarmos pela vida, em conjunto harmônico conosco e com os outros, é algo que exige compromisso pessoal e muita energia espiritual, e também incondicional desejo de elevar os impulsos espirituais. Quando compartilhamos da visão transcendental de nossa união com todos, o significado da vida aumenta e desaparece o vazio entre nós.
Devemos pensar e sonhar, além de nós mesmos, se quisermos um dia perceber a imensa teia, que abrange e une toda a humanidade. A cooperação coletiva é de amplitude infinita, e a nossa alma depende deste entrosamento para se desenvolver espiritualmente. Admitir o valor dos outros seres humanos, e entender que necessitamos desta cooperação espiritual, pois desperta o amor divino permanente em nossos corações, que lateja para expressar-se. A cooperação humana exige amor por si próprio, aceitação incondicional dos outros, paciência, capacidade de admitir a própria insegurança. Sentimos que as nossas emoções se fortalecem, quando desejamos incondicionalmente a felicidade em comunidade, a felicidade no mundo todo, e só desta maneira reinará a paz em nossos corações.
Excelente texto de Lúcia Regina Diniz Trindade, graduada em Literatura e Filosofia, o qual nos faz refletir acerca do amor ao próximo e a si mesmo e que merece ser repassado devido ao conteúdo de grande valia para nossas vidas.
Créditos à autora.
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